sexta-feira, 31 de julho de 2009

O que se conhecia do Brasil...

Houve um tempo em que as duas coisas que se conhecia do Brasil tinha a mesma cor e rimavam: Pelé e café!
20 anos após o término da Segunda Grande Guerra, a de 39/45, eu desembarquei na França. Os franceses que iam me receber, esperavam ver, na chegada, um cara, de grande chapeu (como os gauchos) e/ou escurinho (como Pelé). A decepção (deles) foi ainda maior quando me pediram pra fazer parte do time de futebol da escola. No primeiro dia fui escolhido em primeiro! Isto nunca, nunca mais aconteceu! Que responsabilidade. Pelé estava no auge, ainda não havia acontecido a Copa de 1966 (que vexame do Brasil!).
No verão daquele mesmo ano a felicidade foi total: atravessar os Pirineus com uma bicicleta de 3 marchas. Haviam subidas de até 20kms e no alto um "Malaga"(o vinho) em garrafão de 5 litros, que só podia ser degustado segurando o mesmo com uma mão e fazendo o jato cair diretamente na boca!
Um verão escaldante, apesar das altitudes. Vinho quente, esforço próximo da exaustão, e lugares maravilhosos: Andorra la Vieja, Catalunia, Barcelona: 600kms de estradas e de paisagens deslumbrantes, que acabaram nas águas cálidas do mar da Cuesta del Sol! O azul mediterrâneo.
Havia sido plantada a semente da curiosidade para os grandes espaços, as cores intensas dos entardeceres exoticos. Um misto de história(Andorra), paisagens (Pirineus) e uma mistura pesada de vermelho sangue e paso doble (Plaza del toro), nas tardes dominicais das corridas(touradas).
Como aconchegar depois este espírito fervilhante de imagens de cores fortes, hormônios extravasando por todos os poros, em um complexo de prédios vetustos(o meu colégio interno) e sombrios, moveis centenarios e aulas tremendamente enfadonhas? - Uma abertura sem igual para tudo que era atividade(me salvou do desespero): esportes, leituras, saidas, etc...
Em tempo: naquele mesmo verão de 1966, 15 dias como voluntário na cidade de Lourdes, sul da França, ajudando a carregar doentes em maca, para cumprir suas promessas até a gruta da santa milagrosa, podia não me fazer crescer mais, mas reforçou tremendamente a estrutura do garoto de 16 anos, ainda em formação.
“Renascer para uma vida melhor”
www.i-coaching.com.br

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