domingo, 22 de novembro de 2009

Primeira Maratona...o limite da experiência!

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Enquanto houver vida, haverão possibilidades para o manifesto da experiência humana. Diferentemente de outros seres vivos nós, humanos, temos o poder e a capacidade de empurrar os nossos limites, além até mesmo de nossas expectativas. Isto acontece quando dizemos que nos superamos. O que é afinal se superar, por exemplo, em uma corrida? – É ir além do limite imposto pelo corpo. Durante um esforço como uma maratona, penso que apenas os primeiros 10 kms são corridos com o corpo, os outros 30 (e poucos) corre-se com a mente.
Em nosso cotidiano costumamos parar nos 10km e nem sempre fazemos apelo às nossas reservas, que correspondem a ¾ de nossa capacidade de agir, de produzir, de relacionar, de amar.
À imagem da prática esportiva penso que a vida deveria imitar o esporte.

Foram horas intermináveis de muito suor, esforço, sacrifícios, renúncias em estar com as pessoas, renúncias alimentares e nessas poucas (ou muitas) horas, que dura uma maratona, em nossa mente acontece a première do filme de nossa experiência. Tal qual o diretor do filme no festival de cinema, tanto antes quanto durante a projeção, nós corredores, nos vemos, na mais absoluta solidão, um Moisés no alto da montanha, apesar das dezenas de milhares de pessoas, que nos cercam.
Na maratona, o corredor está sempre só. Ator único em cena, que ao invés de monólogo, consegue estabelecer um diálogo. Um diálogo entre mente e corpo. Por vezes acontece da conversa ficar tensa, ríspida, cheia de dúvidas: será que vou conseguir, não vai quebrar nada? Em segundos um joelho pode travar e lá não há o que fazer, como alguns atletas que durante a corrida vemos saírem, curvados, para a lateral, e lá é comum se observar lágrimas que descem. Para alguns é o fim do Sonho!


O impensável aconteceu: estou chegando! A concentração ainda é absoluta, enquanto os pés não ultrapassam a linha. São instantes de êxtase onde os pensamentos, fusionam para constituir uma prece ao seu Ser Superior, como faziam, no passado, aqueles que se imolavam aos deuses pagãos.

Ombros curvados, olhar abaixado, humilde, em agradecimento ao elemento terra que nos sustentou até o fim.



Utilizados os 100% do corpo e os 100% da mente, (quando sabemos que um metro a mais poderia colocar em risco o nosso projeto) eis que transpomos a linha de chegada. Levantar os braços constitui um gesto quase heróico e o sorriso nos lábios é extremamente discreto: um misto de alegria e desafio, afinal precisou da vitória da mente sobre o corpo sem, no entanto, querer fazer disso uma desforra, uma vez que quem cruzou a linha de chegada foi o corpo.
O sorriso, ainda que discreto, resulta do prazer da superação. Tudo dói, mas o sonho virou realidade!
Renascer para uma vida melhor

domingo, 15 de novembro de 2009

Primeira Maratona - só para os meus melhores leitores: VOCÊ!




“Se você me fala, eu esqueço, se você me mostra eu entendo, se você me envolve eu aprendo.”


“Experienciar” é a única garantia de aprendizado de algo. No esporte, não parece ser diferente. Antes de ir para a minha primeira maratona já havia lido muita coisa a respeito da preparação e dos cuidados necessários, além das recomendações de amigos, corredores e maratonistas. No entanto percebo que acabei cometendo muitos dos equívocos, os mais elementares. Desinteresse? Falta de atenção? Nada disso: penso que no fundo nós só fazemos realmente nosso, aquilo que experimentamos. A experiência de cada um é individual, única e exclusiva porque antes de se tornar a nossa realidade ela passa por todos os filtros (crenças, valores, etc.), tudo aquilo que faz de nós um indivíduo.


Àqueles que, de algum modo, se interessam por corridas se destinam os comentários que farei a seguir. Não são dicas mas experiências pessoais que, na melhor das hipóteses irá deixá-lo tentado a querer experimentar.


Tudo é importante na preparação de uma corrida. É claro que aquela que exigir mais de nós, tanto física quanto mentalmente, necessitará de uma preparação mais longa e/ou intensa. Correr uma maratona, no meu entender, pode ser considerado um marco, quase um limite para pessoas normais. Ir além já não é para qualquer um, são os “quase semi-deuses”!

Esperei os 60 anos para, me armar de coragem e enfrentar a minha primeira, de muitas outras!
Falava da minha preparação. E a pergunta que surge é: onde pequei? Será que pequei? Penso que o melhor seria dizer: onde aprendi? o que aprendi?.

-Aprendi que a preparação da mente é tão importante (ou mais) que a do físico. Hoje, por exemplo, corri os 10km da 1ª. Virada esportiva de Campinas. Lá pelo km8 me perguntava, como eu pude correr mais de 40kms se para correr estes 10kms eu estou me sentindo quase no limite, sendo que fisicamente não estou muito distante daquele 20 de setembro? Deduzi que para correr 10km era apenas algo físico, os outros 30 e poucos ficavam para a mente cuidar!

-Na véspera de correr a minha maratona, como é de praxe, procurei por um prato de massas. Diante de um belíssimo cenário, às margens do rio Havel, que corta Berlim, pedi uma sopa de massas à bolonhesa. Acho que veio uma “bolonhesa” de massas. Comi e, na madrugada o estômago estava, vamos dizer bem “revolto”. Na próxima vez vou comer um macarrão simplesmente “ao alho e óleo”.

-A organização da maratona pediu para que os atletas chegassem duas horas antes da largada. Cheguei 2h10 antes. Ocorre que meu “café da manhã” acabou sendo muito cedo e frugal para um dispêndio de energia tão grande. Resultado: fiquei com bastante fome na segunda metade da corrida. A banana e a maçã, que ofereceram no km 37, eram tão saborosas que me fizeram lembrar de uma picanha, sangrando, lá do Santa Gertrudes.

-Durante a prova esperava uma temperatura entre 12 e 14 graus, esteve acima de 18. Na segunda metade acabei pegando água em todos os postos. Mesmo assim faltou me hidratar melhor (externamente, jogando água no corpo). Curiosamente achava a água jogada pelos bombeiros muito fria e assim evitei. Medo do frio e outras consquências, apesar de me sentir extremamente aquecido. Sensação estranha!

-Fazer o reconhecimento do trajeto antes. Fiz uma opção: dei preferência a comparecer à feira, a qual aliás não tinha como evitar, uma vez que o kit deveria ser retirado lá e, no dia do reconhecimento, que pretendia fazer de bicicleta, preferi descansar. Repassar mentalmente o percurso, antes, amplia a nossa capacidade de enfrentá-lo, uma vez que elimina a possibilidade de estresse resultante de possíveis surpresas. No caso de Berlim a situação não é tão séria porque praticamente não existem subidas ou trechos mais complicados, mas de qualquer modo, saber o que virá pela frente é um fator que ajuda muito na motivação e na dosagem do esforço.

-A técnica da visualização. Após certa quilometragem, a dosagem do esforço empregado depende às vezes de detalhes tão pequenos e por isso mesmo não lhes damos a devida atenção. A visualização consiste em imaginar algo positivo, motivador, que possa acontecer como resultante de nosso esforço,: transpor a linha de chegada, receber o incentivo de alguém importante para nós ou mesmo nos ver no momento logo após a chegada repassando todo o percurso da preparação.

São inúmeras as possibilidades. O resultado é quase sempre uma nova onda de energia que percorre o nosso corpo, neutralizando dores, cansaço e outros desconfortos. Esta técnica se treina antes.

Tudo que mencionei eu já sabia antes, nada era novidade, mas precisei passar pela experiência negativa (negativa?) para entender a importância de me atentar para cada detalhe e assim fazer com que tudo, por mais insignificante que fosse, viesse contribuir a meu favor.

Não obstante, a Minha Primeira Maratona foi concluída, com uma ENORME satisfação e apesar das 5h31m, sempre correndo (em nenhum momento caminhando), quando me senti parte dessa grandiosa festa do esporte mundial (Berlim é uma das cinco maiores maratonas do mundo) a Maratona de Berlim, em sua 36ª. edição, no ano em que os berlinenses e todos nós, povos livres, comemoramos o aniversário de 20 anos da Queda do Muro de Berlim.

Agora, com a distância, no tempo e no espaço, ao me recordar do momento de transpor o Portal de Brandenbourg (Brandenburger Tor), logo após os 42km corridos, posso afirmar que me sinto muito orgulhoso por fazer um pouco parte da nossa história recente. História que sempre foi repleta de sacrifícios e de luta, na busca da liberdade.
Coisas do esporte!
W. Avila

Renascer para uma vida melhor
http://www.i-coaching.com.br/

domingo, 1 de novembro de 2009

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Maratona de Berlim e,...fim!....Fim?




Vamos dizer” fim de um ciclo”. Mas antes de fechar (o ciclo) é importante fazer o balanço, tirar as conclusões, os aprendizados e agradecer as pessoas, sem as quais nenhum projeto pode ir avante. No meu caso foram muitas, vou me abster de citá-las para não correr o risco de esquecer alguém. Todos os que me acompanharam, de longe ou de perto, nesta empreitada, que fizeram ou que me permitiram que fizesse, saberão que neles que penso, neste instante.
Para todo projeto, existe um momento em que precisamos prever e avaliar os recursos. Em um sentido mais amplo, pessoas fazem parte desses recursos, são os “recursos humanos”, sem jogo de palavras. As vivências mais intensas costumam ser nos momentos em que encontramos essas pessoas.
Obrigado, portanto a todas e a todos.
“Fim de um ciclo” significa que podem existir outros ciclos. Ciclos com novos objetivos, novas etapas, novos recursos e até mesmo um novo blog! Porque não? Por enquanto está no rascunho e poderia ser: Berlim 2011 – objetivo 4h40! E se for mais a longo prazo, poderia ser o primeiro lugar da categoria em...2019!
Depois que descobri (recente) que “tenho toda a vida à minha frente” ficou bem mais fácil planejar!
Quando se quer algo, com absoluta clareza, alcançá-lo é apenas uma questão de tempo.

"Twenty years from now you will be more disappointed by the things that you didn't do than by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Catch the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discover." -- Mark Twain *
(Daqui vinte anos você poderá se arrepender
Muito mais por aquilo que deixou de fazer, de que por aquilo que fez.
Solte as amarras. Veleje por lugares bem longe dos portos. Aproveite, ao máximo, toda a força dos ventos alísios em suas velas.
Explore. Sonhe. Descubra.”)
Renascer para uma vida melhor
WWW.i-coaching.com.br

Maratona de Berlim....Cetificado

Destaques - classificação geral: 26981 entre 40000 corredores(dos quais em torno de 36 mil concluiram); velocidade média: 07 minutos e 50 por km ( a previsão era de 7:30).
Avila Neto, Wenceslau (BRA)
Platz / Overall: 26981 Platz / Overall: 710 (in Altersklasse / Agegroup: M60)
Nettozeit / chiptotal: Bruttozeit / clocktotal: Halb 1 / First half: Halb 2 / Second half: Zeit pro km / Time per km: Geschwindigkeit / Speed:
05:31:10 05:32:24 02:25:52 03:05:18 07:50 7.64 km/h33352
Tempos parciais
5 km: 00:33:51
10 km: 01:08:15
15 km: 01:43:10
20 km: 02:18:00
25 km: 02:56:13
30 km: 03:38:39
35 km: 04:24:12
40 km: 05:10:51