Face ao ocorrido em Punta, uma acomodação adequada talvez fosse se auto-nomear "maraturista" e tocar a vida: mais leve? com menos exigência? Em resumo seria aceitar uma expectativa menor em relação a uma opção, de corredor, que fiz há alguns anos e que tem, de um modo ou de outro orientado muitas das minhas ações nesse período. Quando elegi a corrida como uma atividade importante no meu cotidiano, ainda que cuidando para que não prejudicasse as demais atividades, tinha consciência de que haveria um risco, como por exemplo desistir no meio do caminho. Com o tempo o ato de correr passou a ser uma espécie de espinha dorsal, onde se agregam muitas de outras ações, de maneira natural e quase sempre expontânea.
A decisão firme de correr, sempre o melhor que puder, passou a direcionar uma quantidade enorme de pequenas ou grandes decisões. Explico. Correr não combina com obesidade, então passei a fazer atenção ao que como, correr não combina com cigarros então deixei de furmar, correr não combina com alcool em excesso então passei a prestar atenção no que bebo, correr exige um corpo saudável e forte então tudo que, de longe ou de perto, possa prejudicá-lo, passei a evitar. Diminuir o grau de exigências neste momento seria fragilisar o significado de todas essas conquistas. Continuo portanto maratonista e o turismo acaba sendo a "cerise sur le gateau" (sorry, periferia!).
Falando em turismo, Punta del Este, em particular e o Uruguay em geral, são muito agradáveis: povo simpático, educado, paisagens únicas, comida excepcional, e fica alí tão pertinho! Sem falar nos preços muito inferiores ao de nosso Brasil do real cada vez mais valorizado.