domingo, 2 de maio de 2010

Correr é saudável, alegre, fácil, prazeroso, tranqüilo, sempre? NÃO


O romancista, de histórias de amor, que não escreve sobre desilusões amorosas engana o seu leitor. Falar só de corridas, de maratonas, de superação, de treinos sem mencionar dores musculares, cãibras, “quebras”, “travamento” de um joelho é ser parcial ou no mínimo, incompleto nas informações passadas.
Já escrevi mais de uma vez que, correr uma maratona é algo desumano, uma aberração da natureza das pessoas, do mesmo modo que crianças que nascem siamesas ou ainda bezerros com 3 cabeças! Em alguns casos chega a ser irracional, assim como foi Gandhi em fazer frente (e ganhar pacificamente) ao poder do Império Britânico ou de um Martin Luther King, que um dia “teve um sonho” e menos de 50 anos depois um negro ocuparia a Casa Branca! Ainda: que pessoa racional teria previsto, há 20 anos, que um preso político, negro, se tornaria o maior presidente da história da África do Sul?
Ficaria, portanto, devendo algo se fechasse Blog sem mencionar esse “lado B” do ato de correr. A oportunidade finalmente surgiu na Maratona Internacional de São Paulo, vencida no masculino pelo Queniano Stanley Biwott e a brasileira Marizete Moreira na data de hoje.
Me inscrevi para a maratona, sabendo que pararia no KM25: esta era a escolha que fiz. Até o KM15 estava muito bem, achando inclusive que estava com um tempo 13 minutos menor do que os 15km da ultima(2008) São Silvestre! O que era um equívoco, como será visto a seguir. No KM18 percebi que havia um problema (de calibração) com o meu GPS e os tempos estavam incorretos. Foi um balde de água fria pois nos quilômetro seguintes parecia que se abatiam sobre mim todas as dores possíveis. O que é simples de entender: até então a empolgação anestesiava tudo que era dor. A vontade de caminhar (e não mais correr) era tanta que cada passada era tão dolorida como se para levantar a perna estivesse sendo enfiada uma lâmina na sua panturrilha, isto quando não havia completado nem mesmo a meia maratona (21,1km).
Não houve alternativa: dali pra frente foi caminhar e Meu Deus com que dificuldade! As pedras de gelo, colocadas sobre a pele da perna, atenuava por apenas alguns segundos aquelas dores que saiam de todos os lados.
Foi perto de uma hora para conseguir levar essa situação até a chegada!
Quem leu outros textos meus já deve ter-se deparado com a seguinte frase: “todo comportamento tem uma intenção positiva”, que conjugado com uma outra “não existem fracassos mas apenas feedback” me levou a chegar às conclusões seguintes:
-preparo físico se perde rapidamente,
-ninguém corre uma maratona ou mesmo a meia, sem um treinamento denso, organizado, com técnica e muita dedicação. Tudo que não fiz, ao me preparar para o evento de hoje.
Outras lições, novas constatações: a inscrição para a corrida desse ano foi uma espécie de bônus para os que completaram os 25KM da edição 2009 – o que fez da prova algo sem muito interesse ou valor.
Lição última: só empreender aquilo em que se possa acreditar 100% da sua viabilidade e da sua conveniência. Se não for o caso é melhor esquecer!

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"Renascer para uma vida melhor"

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